O cachorro comeu a mão
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O cachorro comeu a mão

Oct 13, 2023

Eles estavam observando as reformas há dias. O plano era simples: abrir um buraco na cerca. Entre na casa. Pegue o cobre. Levar para casa. Venda. Dinheiro fácil se Lucas pudesse seguir o plano.

Mas havia algo na maneira como seu crânio nasceu sem um ponto fraco e na maneira como seu cérebro cresceu dentro do crânio, empurrando-se contra o osso teimoso, que o fez esquecer todas as pequenas coisas. Ele esqueceria o dia. Ele iria esquecer onde estava andando e, às vezes, por que estava indo em primeiro lugar.

Sentou-se no balcão sujo da cozinha, chutando para frente e para trás, limpando a poeira, e repetiu o plano várias vezes baixinho. Na casa abandonada na Sherman Street onde ele e seu tio se agachavam, compensado cobria as janelas. Eles abriram buracos nos painéis e os raios de sol dispararam como balas na escuridão abafada e suada. Uma das janelas dos fundos permanecia aberta, sem vidros, com pesadas cortinas pregadas na moldura, o ar quente entrando com o crescente estrondo do trem de carga.

Lucas estalou os dedos e sussurrou para si mesmo: "Corte a cerca, entre, pegue o cano."

"Anotá-la." A voz de Chorizo ​​veio da sala da frente, onde ele estava sentado em cima de um cobertor grosso estampado com um tigre branco passeando pela grama alta. O brilho de sua TV portátil brilhou em seu rosto.

"Não, cara. Vou me lembrar. Veja — chave de cano, alicate, alicate." Ele contou os itens nos dedos.

"Apenas o cortador de tubos. Você só se preocupa com o cortador de tubos. Tenho o resto na minha caixa de ferramentas."

"Devo pegar uma lanterna também?"

"Nel. Eu tenho duas lanternas." Chorizo ​​tossiu em seu punho e limpou-o em seus jeans esfarrapados. Ele ofegou e respirou lentamente em suas mãos, mas a tosse veio mais forte.

Lucas caminhou até Chorizo ​​e bateu em suas costas, tentando liberar o bloqueio nos pulmões de seu tio. "Por que você simplesmente não vai para o VA?"

"Estou bem", Chorizo ​​conseguiu dizer, e limpou a garganta. "E não mude de assunto. Temos trabalho a fazer."

"Eu só estou tentando cuidar de você."

Chorizo ​​respirou fundo e soltou um longo suspiro. "O governo me enganou em primeiro lugar. E eles não consertam o que quebram. Eles apenas fingem que nunca quebraram."

"Que tal um médico comum?"

"Não há nada que eles possam fazer. E não há nada que você possa fazer, exceto o que estou pedindo."

"E a fita adesiva, então?"

"Eu já tenho fita adesiva", Chorizo ​​ofegou.

"Que tal um martelo?"

"Não vamos precisar de um martelo."

"Então, apenas o cortador de tubos?"

"Simon", Chorizo ​​​​acenou com a cabeça.

"Búho deve saber sobre um cortador de tubos."

"Se você vai ver Búho, certifique-se de ficar limpo. Eu preciso de você limpo."

Lucas acenou para ele. "Eu sou melhor quando tenho algo em mim."

"Confie em mim. Você não é."

"Olhe para mim. Estou todo duro." Lucas estendeu os braços para o lado e as articulações dos ombros estalaram. "Eu tenho que provar um pouco. Lubrificar meus ossos depois de meses sem nada." Ele abanou as mãos em volta do rosto. "É como um forno aqui. Tenho que vencer o calor." Ele coçou o antebraço e limpou a sujeira na aba da camisa.

"Você não acha que eu prefiro fazer este trabalho sozinho? Tenho que pagar Martínez de alguma forma, e não posso me mover como antes. Preciso que você fique na linha. O México joga contra a Coreia do Sul esta noite. jogo. O barulho nos dará cobertura."

Lucas acendeu meio cigarro e soprou a fumaça no espaço entre eles. "Serei bom." Ele puxou a cortina e saiu pela janela.

"É melhor você estar. Eu não quero que você acabe como aquele professor do noticiário. Ou o garoto de Northside na semana anterior. Eles acham que o homem matou na fronteira, mas agora ele está aqui. E tenha cuidado para não t fazer algo para ser pego novamente."

A caminho de ver Búho no Jack in the Box, Lucas fez uma reverência para a cabeleireira de cabelos azuis pela janela do salão Estrellita na Cesar Chavez. Ela sorriu e o cumprimentou com uma navalha na mão.